Você conhece o conceito de Slow Fashion?
O termo foi criado em 2004 pela escritora de moda Angela Murrills. O nome teve como fonte de inspiração o movimento slow food, que se originou na Itália em 1990 e tinha como objetivo defender os pequenos produtores locais e oferecer experiências através da alimentação.
No mundo da moda, esse movimento surgiu em contraposição ao fast fashion, propondo um consumo mais consciente e sustentável. Mas afinal, qual o problema com a “moda rápida”?
Entendendo o fast fashion
Antes de explicar o conceito fast fashion, acho importante reforçar um ponto: quando compramos qualquer produto, estamos contribuindo de forma indireta para uma cadeia de produção, seja ela positiva ou negativa. Por esse motivo, é essencial conhecer o que você está consumindo.😉
O fast fashion é o modelo de produção atual que reflete o capitalismo frenético que estamos vivemos há alguns anos, ele nasceu com o objetivo de atender as necessidades dos consumidores de forma rápida e acessível.
A maioria das lojas que conhecemos se enquadram nessa categoria, como: Renner, C&A, Forever 21, Zara, H&M e todas as outras lojas de departamento que encontramos nos shoppings centers.
Sua principal característica é a produção em grande escala de roupas que são rapidamente descartadas. Prova disso são as inúmeras coleções lançadas ao longo do ano. Se você entrar uma vez por semana em alguma loja de departamento, poderá perceber que as roupas nunca são as mesmas, isso porque as peças são substituídas quase que semanalmente.
O problema é que para manter esse ritmo, faz-se necessário uma grande quantidade de energia, além de mão de obra e matérias primas baratas e de fácil acesso. A poluição ambiental e o uso desenfreado dos recursos naturais fez com que a indústria têxtil se tornasse a segunda mais poluente, ficando atrás apenas das petrolíferas.
Confira outros dados da World Wildlife Fund (WFF) que comprovam o impacto do fast fashion no meio ambiente:
🔸500.000 toneladas de microfibras sintéticas são liberadas nos oceanos todos os anos por causa da produção de roupas.
🔸70 milhões de barris de petróleo são usados anualmente para a confecção de peças de poliéster.
🔸São necessários 2.700 litros de água para confeccionar uma camiseta de algodão.
🔸500 bilhões de dólares são perdidos todo ano com o descarte de roupas que não são recicladas.
Além de prejudicarem o meio ambiente, esse modelo de produção também causa problemas sociais graves. De acordo com uma pesquisa realizada em 2018 pelo The Global Slavery Index, o setor da moda é o que mais explora o trabalho escravo no mundo. Segundo o relatório, existem mais de 40 milhões de pessoas nessa situação, sendo 71% mulheres.
Diante desse cenário, que indigna qualquer pessoa, o movimento slow fashion ganhou força e vem conquistando cada vez mais seguidores. 🙌
Entendendo o Slow Fashion
O slow fashion é o processo contrário, prezando pela sustentabilidade ambiental e social. A seguir, confira as principais características desse movimento:
01. Valorização da produção local
A produção fast fashion é feita por grandes empresas, o que gera uma competição injusta – e praticamente invencível – para os produtores locais, o que centraliza o capital na mão de um pequeno grupo de organizações.
Com a proposta de combater os efeitos da fabricação em massa, o slow fashion valoriza a produção local, incluindo pequenas marcas e recursos naturais da região.
02. Aproximação entre produtor e consumidor
O slow fashion tem como premissa informar os consumidores sobre a origem dos produtos e como funciona a produção da marca, valorizando desde o estilista até a costureira. Essa transparência aproxima os consumidores da marca.
03. Roupas duráveis
Totalmente o oposto ao fast fashion, esse modelo de produção valoriza roupas que sejam duráveis e que não precisam ser descartadas rapidamente, diminuindo significativamente a quantidade de resíduos gerado pelo descarte.
Como forma de garantir uma vida útil mais longa, as marcas slow costumam apostar em peças atemporais, cores mais neutras e tecidos bons. O lema é: “consuma menos, mas com qualidade.”
04. Despadronização da moda
Quando compramos uma peça em uma loja de fast fashion existem grandes chances de você encontrar umas quinze pessoas com a mesma roupa que você. Como o slow fashion não trabalha com estoques grandes, você terá peças exclusivas que conseguem refletir sua personalidade.
Como contribuir para a moda consciente?
Agora que você já conhece o slow fashion, chegou o momento de saber como contribuir para um consumo mais consciente e sustentável. Vamos lá?
01. Valorize o local
Priorize sempre os pequenos negócios da sua região. Além de incentivar a economia local e colaborar para o seu desenvolvimento regional, você estará consumindo de forma mais ecológica, uma vez que a emissão de carbono causada pelo transporte é bem menor do que a dos produtos que atravessam o país para chegar até sua casa.
02. Visite brechós
Brechós e bazares são quase sinônimos de slow fashion. Ao invés de comprar suas roupas em grandes lojas de departamentos (com peças nada exclusivas), tire um tempinho para conhecer alguns brechós na sua cidade e garimpar roupas exclusivas por um preço bem inferior aos das lojas tradicionais.
03. Conheça as marcas que você está consumindo
Quando for comprar uma roupa, procure saber se a marca é socialmente responsável. Normalmente, as marcas slow fashion divulgam seu posicionamento, mas também é muito fácil encontrar essa informação na internet e redes sociais.
04. Descarte suas roupas da forma correta
Quando perceber que uma roupa está parada no seu guarda-roupa significa que é o momento de se desfazer dela. Para isso, você pode levá-la até os brechós ou doá-la para instituições de caridade.
Caso elas não estejam em um bom estado para uso, descarte as peças em pontos de coleta específicos para esse fim. Quase todas as cidades possuem esses locais, vale a pesquisa.
Esse foi um pequeno resumo do que é o movimento slow fashion e a sua importância para um futuro mais sustentável. Caso deseje se aprofundar, você pode pesquisar sobre o assunto na internet. Existem muitos dados interessantes e que nos fazem refletir sobre nossa forma de consumo. 🙇
E você, já conhecia o slow fashion? Compartilhe comigo, vou adorar saber. 🧡
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[…] Nesse texto, mostrei alguns dados em relação ao impacto da indústria têxtil no meio ambiente e algumas atitudes que podem contribuir para um mundo mais sustentável. Dando sequência ao assunto, eu não poderia deixar de falar sobre os brechós e o seu papel fundamental na moda consciente. A seguir, confira como a simples atitude de comprar roupas usadas pode ajudar a criar um futuro sustentável. […]