Lil Nas X e a jornada da moda sem gênero

10 de novembro de 2021
Lil Nas X é um rapper novo, tanto em tempo de indústria quanto de idade e suas apresentações nos red carpets de premiações estão se tornando um espetáculo à parte. Entenda mais neste texto!
Tempo de leitura: 3 min

De tempos em tempos alguns artistas da música nos entretém com novas formas de se vestir e se apresentar, fazendo com que os red carpets de premiações se tornem um espetáculo à parte.

Lil Nas X é um rapper novo, tanto em tempo de indústria quanto de idade. Quando tinha apenas 19 anos, sua música “Old Town Road” atingiu o topo das paradas norte-americanas. No ano seguinte, em 2020, Lil viria a ganhar os seus primeiros Grammys, entre eles o de melhor videoclipe pela mesma música. Durante essa jornada, o artista se assumiria homossexual e até o lançamento do seu primeiro álbum, “Montero”, ocuparia a posição de rapper mais ouvido mundialmente no Spotify.

Com o nome de tanta relevância em tão pouco tempo, algo que tem chamado atenção para o jovem artista são suas escolhas de moda, que vão de ternos e saias, a vestidos, roupas de gladiadores e chapéus de cowboy, provando mais uma vez que roupas não tem gênero.

 

Uma breve história sobre a moda sem gênero

Apesar de parecer um assunto um tanto quanto novo, causado pelo impulsionamento da discussão de estudos de gênero (erroneamente conhecida como “ideologia de gênero”), roupas sem gênero existem há muito tempo.

Se resgatarmos a Roma antiga, podemos lembrar que a grande maioria das pessoas, seja homem ou mulher, se vestiam com uma longa túnica. Assim como até o período feudal do Japão, ambos os gêneros usavam o kimono. 

Com o levantar da igreja católica e da cultura ocidental, as peças de roupas começaram a se vincular com os ideais religiosos, procurando deixar homens com vestimentas que remeteriam ao poder e à virilidade, enquanto as mulheres se vestiam com peças que as tornavam mais elegantes e femininas.

Esses valores impostos por séculos só foram voltar a serem discutidos por volta de 1970, tendo como base a ascensão dos movimentos femininos e LGBTQIA+, que vieram a apontar essas imposições por gênero não apenas na moda, mas também na política.

Se vestir sempre foi um ato político e, a partir dessa visão, o movimento de roupas sem gênero começou a ser discutido e a crescer. 

 

A visibilidade da moda sem gênero na mídia

Até meados do século passado, a visibilidade LGBTQIA+ na mídia era um tanto escassa, retratando pessoas e artistas muito específicos, porém ignorando grande parte da comunidade.

Em 2009 houve um leve “boom” de representatividade graças a dois seriados que eram exibidos em território norte-americano: Glee e Modern Family. Ambos tinham personagens abertamente gays entre seus principais, aumentando a diversidade em horário nobre. Ambas as séries viriam a ganhar diversos prêmios e se tornarem referência em seus gêneros. 

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Muito próximo disso, um grande ator começava a se tornar ainda mais conhecido. Billy Porter vence o Tony, premiação para o teatro, pelo seu papel em Kinky Boots, e volta aos holofotes de Hollywood. Anteriormente aparecendo no desenho musical Anastasia, Porter agora está em evidência em grandes papéis nas séries Pose e American Horror Story, além de aparecer com o papel de Fada Madrinha na nova adaptação de Cinderella. 

Billy Porter e outros artistas negros que antes já mexiam com a identidade de gênero das roupas, começaram a ganhar maior visibildiade ao olharmos para trás podemos ver que eles sempre expuseram esse lado da moda em redcarpets ao até mesmo no dia-a-dia.

 

Lil Nas X e sua influência para a moda sem gênero

Mesmo em uma época mais mente aberta como a que vivemos, o cenário do rap é muito carregado de ofensas machistas e homofóbicas. Mesmo em 2021, ter um artista negro cantando sobre seus amores e dores do crescimento de um adolescente gay já seria alvo de críticas. No caso de Lil Nas X, parece que todas as dificuldades se juntaram para torná-lo o próximo grande superstar. 

Em pouco tempo, o rapper se transformou em um pivô de liberdade de expressão para os novos jovens da comunidade LGBTQIA+, mostrando que está tudo bem um homem cantar sobre homens, que não há nenhum problema em usar um vestido, e tudo isso com um senso de humor impecável nas redes sociais, onde interage com seus fãs sempre que pode. 

Com apenas 22 anos e uma legião de fãs logo em seu primeiro disco, podemos esperar que Lil Nas X continue evoluindo e entregando momentos da moda que entrarão como referência para diversos jovens lembrarem que, no fim do dia, roupas não têm gênero. 

AUTORA:

Idealizadora e fundadora do essa roupa tem história, sendo responsável pela curadoria e criação dos conteúdos. Formada em Design de Moda e com MBA em Gestão de Marketing, vê a moda como a arte de entender o outro e a si mesmo através da roupa, afinal toda peça de roupa tem uma história pra contar!

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dryellearaujodecarvalho@gmail.com
dryellearaujodecarvalho@gmail.com
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2 anos atrás

Sensacional, amei parabéns.👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼❤️🤍🖤💚💐💸💸💸💸💸💸💸

Chris Oliveira
Chris Oliveira
Admin
Responder a  dryellearaujodecarvalho@gmail.com
2 anos atrás

Oii Dryelle. Que bom ter você por aqui. Seja muito bem-vinda! 🧡
Fico feliz que tenha gostado do texto.
Fique a vontade para sugerir temas também. 😉
Beijo!

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