Se a moda é uma ferramenta que podemos utilizar para expressar nossa individualidade e tem como objetivo fazer com que as pessoas se sintam bem ao vestir determinada peça, qual a importância da roupa ser feminina ou masculina? Esse é o questionamento que rege a moda sem gênero.
De uns anos para cá, percebemos uma crescente na visibilidade da moda agênero e um grande número de marcas aderindo ao movimento. Isso porque a nova geração de consumidores, tanto millennials quanto Z, possuem um senso crítico muito forte e compreendem que diversidade e liberdade de expressão devem andar de mãos dadas com a moda.
Não sabe do que eu estou falando? Continue a leitura e conheça um pouco mais sobre a moda sem gênero e como ela reflete mudanças sociais importantes.
O que é moda sem gênero?
A moda sem gênero, também conhecida como genderless, tem como premissa criar peças que podem ser usadas por qualquer pessoa, independente do gênero. Ela chegou para quebrar as imposições sociais que ditam quais cores, formas e modelagens são femininas ou masculinas.
Ela não se resume apenas a colocar elementos femininos em peças masculinas ou vice-versa, seu propósito é oferecer roupas que podem ser usadas de forma confortável e atraente por qualquer pessoa, oferecendo liberdade de expressão e identificação. Afinal, quem determina o gênero da roupa é quem está vestindo.
Moda vs. gênero
O sexo corresponde a definição biológica de alguém, já o gênero corresponde aos papéis sociais que acompanham o sexo atribuído a uma pessoa. Portanto, a diferenciação entre gêneros é uma maneira de determinar o que seria de “homem” e o que seria de “mulher”.
Socialmente, cuidar da casa e criar os filhos é o papel da mulher. O homem, por sua vez, deve sustentar a casa e proteger a família. Hoje esses estereótipos estão diminuindo, mas essa divisão de papéis ainda impacta na forma como nos vestimos.
A diferença entre peças masculinas e femininas ganhou força na Idade Média e Renascimento. As roupas justas, espartilhos, corpetes e saias evidenciavam o corpo da mulher e com a desculpa de “valorizar” suas curvas, passaram a ser designadas como peças exclusivamente femininas.
Foi só em 1920 que a estilista Coco Chanel começou a criar peças femininas com mais liberdade criativa, levando ao universo feminino roupas que, até então, eram usadas apenas por homens, como blazers e calças.
Na época, Coco causou muita polêmica. Mas esse feito revolucionou o mundo da moda e a forma como as mulheres se vestiam. (Gratidão, Channel 🌟)
Qual a importância da moda sem gênero?
Em primeiro lugar, a moda genderless consegue oferecer as pessoas que se identificam com outro gênero uma gama maior de possibilidades. Mulheres que se identificam com o gênero masculino, por exemplo, não conseguem encontrar peças no seu tamanho.
O contrário também é válido. Os homens que desejam usar roupas que foram designadas às mulheres, como vestidos e saias, não conseguem encontrar peças em tamanhos maiores. E como isso beneficiaria a sociedade como um todo? Proporcionando mais liberdade para todo mundo!
A forma como nos vestimos é a expressão da nossa personalidade e identidade. Logo, o único fator que deveria influenciar em nossas escolhas são as nossas vontades pessoais, não estereótipos ultrapassados.
Se uma mulher gosta de usar terno, por exemplo, deveriam existir peças disponíveis em seu tamanho. Caso o homem goste de usar saia por se sentir confortável, ele também deveria ter acesso a esse tipo de roupa. Afinal, quem disse que terno é de homem e saia de mulher?!
Gênero não determina tipos de roupas. Nossos corpos são livres e qualquer peça pode se encaixar tanto no vestuário masculino quanto no feminino. 🧡